Um Abraço de Muita Saudade |
Ao fim da
tarde do dia 6 de Fevereiro, o nosso Amigo
João Eduardo Mafra,
alferes do 4º grupo da CCAÇ4740 viu terminado um
sofrimento que já se arrastava há alguns anos.
Homem bom,
soube sempre merecer a estima dos seus camaradas,
particularmente da gente do seu grupo, a quem tratava
com enorme afeto e respeito e que lhe retribuíam de
igual modo.
Cumpriu-se a
mais inelutável lei da vida ficando com os seus velhos
camaradas a saudade e a doce recordação de um grande
Amigo.
Até sempre,
João.
15 de
fevereiro de 2018 |
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SOLIDARIEDADE PARA COM O COMPANHEIRO ABEL RAPOSO |
Mensagem enviada para : Administração e gab. r.
p. comunicação do Hospital do Divino
Espírito Santo.
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Entre 1972 e 1974 cumpriu uma comissão na Guiné
a Companhia de Caçadores n.º 4740 com origem no
BII 17 dos Açores.
Fazia parte dessa unidade o soldado condutor
Abel Raposo actualmente internado na UCI desse
Hospital, com graves problemas de saúde.
Nada podendo fazer por esse nosso camarada a não
ser uma prece a Deus, gostaríamos que
transmitisse aos profissionais de saúde desse
Hospital que tratam o Raposo o nosso
reconhecimento profundo e uma informação: esse
doente ventilado, em risco de vida, arriscou-a
muitas vezes para nos recolher, há quase 38
anos, na Berliet que conduzia nas matas do sul
da Guiné. Façam por ele tudo o que ele fez por
nós.
Aceitem a nossa gratidão, A Zêzere,
ex-alferes.
Onda de Solidariedade:
●
Meus amigos como tive o meu computador
avariado e só hoje foi ver as mensagens soube que o Abel
está doente e que pedem orações para ele, contem comigo
porque ele soube nos acolher enquanto ouve guerra agora
é a nossa vez de o fazer se por acaso falar com ele
dê-lhe um abraço apertado e de carinho e conforto porque
não se sabe quando é a nossa vez estamos todos à espera
da hora que deus nos dá um empurrão para esse lado e
para si e esposa um abraço apertado do
Linhares,
1cabo
● Por
ti meu amigo e companheiro, manterei uma luz acesa
lembrando a esperança, disse Jesus (Jo 8.12-13) “Eu sou
a Luz do Mundo….” (Jo. 16.23-24) “…Em verdade em
verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a Meu Pai, em
Meu nome, Ele vo-lo dará…”.
Continue-mos a elevar ao Pai, por intermédio de Seu
Filho, as nossas preces.
Armando Faria
ex-furriel
●
Abel, um Homem, um Amigo, que Deus te ajude.
Mário
Oliveira
ex-furriel mecânico.
●
Abel, sempre
como um grande Amigo, estou rezando por ti, e que Deus
te ajude que e te dê forças para regressares a tua casa
junto tua família, como ajudastes todos os nossos amigos
de Cufar.
Em Calgary, Alberta no Canada,
Eduardo Barros ex-cabo condutor e cantineiro, GOD
BLESS YOU.
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NOTÍCIAS DO NETO
DO JOSÉ SOARES |
Por informações prestadas pela Senhora
D. Carmelo Martins, esposa do cabo António Martins e
Tia-Avó do neto do Zé Soares, soubemos que o Menino
continua a sua luta pela Vida.
Já foi operado e deverá prosseguir os
tratamentos em Nova Iorque numa luta permanente pela sua
curtíssima vida, infelizmente cheia de sofrimento.
A CCAÇ 4740 eleva uma prece a Nossa
Senhora de Fátima, Aquela cuja imagem o Avô do Menino e
os companheiros levaram de Fátima para Cufar para os
acompanhar e proteger nas horas difíceis.
Que Nossa Senhora ponha a sua mão sobre
o Pequenino. Desse modo ele consegue!
Que cada um, a seu modo, possa pedir por
este menino que é do Soares e nosso!
11 de Outubro de 2009. |
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Aos que têm Fé e,
também, aos que a não têm. |
Nestas andanças dos Açorianos da diáspora,
aconteceu falar com a Mulher do José Carvalho Soares,
soldado do 2º Grupo de Combate, a Lúcia.
Por ela vim a tomar conhecimento de uma
notícia linda e outra terrível. Eram Avós recentes de um
rapazinho chamado Newton, seu primeiro neto, com seis
semanas de idade.
Por aquelas circunstâncias que ninguém sabe
explicar e menos ainda compreender, foram brutalizados com a
notícia que o menino sofria de doença muito grave.
E a vida daquela gente passou do céu ao
sofrimento. Todos os dias lutam pelo seu menino.
Pediu-me a Avó, a Lúcia, que rezasse pelo
seu netinho.
Prometi-lhe que faria
mais do que isso. Pediria a todos os camaradas do marido que
se lembrassem do menino nas suas orações. Aos que têm fé e
aos que não têm. Existem muitas formas de rezar mas
sentimentos todos têm. Que cada um, humildemente, use a sua
forma de rezar. Em nome daquele menino, do Newton.
Parede, 19 de Maio de
2009.Ant. Zêzere |
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SOLIDARIEDADE ATÉ AO FIM |
Há cerca de um mês contámos uma pequena
história de solidariedade envolvendo dois companheiros da
4740. O António José Borba, de S. Jorge que necessitando de
cuidados médicos em Angra foi sempre acompanhado pelo
camarada Manuel Sequeira Pamplona.
Ontem o Pamplona telefonou dando conta que o
Borba seria sujeito na 5ª Feira a uma intervenção cirúrgica
no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide.
O acompanhamento passaria para mim e para o
Alferes Mafra, hoje Médico num centro de saúde de Sintra.
Hoje de manhã, bem cedo, o Pamplona, ligou:
- Perdemos o nosso Amigo, o Borba faleceu
esta noite. Vou-me vestir e vou ter com a Mulher do Borba ao
Hospital.
Quis Deus chamar a si no dia 13 de Maio o
nosso Amigo Borba.
Que as orações de Fátima cheguem ao nosso
Camarada juntamente com as nossas.
Obrigado pelo exemplo de homem bom, Pamplona.
As nossas condolências à Família do José
Borba.
Descansa em Paz, camarada!
13 de Maio de 2008.
2º/3º Grupos de Combate da C. Caç. 4740 |
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E A Vida RENOVA-SE |
Na semana
passada a dor e o desgosto atormentaram a nossa comunidade introduzindo
perplexidade e angústia.
Felizmente atrás de marés de fel vêm marés de mel para adoçar os
espíritos.
Ontem dia
15 de Abril, caía a tarde nos Açores, nascia a primeira neta do nosso
camarada e amigo Carlos Félix e da sua Companheira de vida, Filomena.
O Carlos
que no mato vi muitas vezes transportando todo o seu equipamento mais a HK
21 do Martins e este pendurado no seu cinturão, não era só grande no
tamanho. Também o era na bondade, na camaradagem e na coragem.
À menina
que, com um dia de vida, é o mais novo elemento da 4740 desejamos todos as
maiores felicidades e que os seus Pais a possam ver crescer Feliz e com as
qualidades que fazem dos Avós pessoas de bem.
CCAÇ4740CUFAR – Abril de 2008
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EXISTEM DORES SEM MEDIDA
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Fomos todos surpreendidos pela morte trágica do
Filho do nosso camarada Guilherme.
Na força da vida, dedicado ao desporto, cheio de
saúde tinha todas as condições para ser feliz e fazer reflectir essa
felicidade nos seus Pais.
O destino trágico e brutal mascarado de acidente
de viação rouba-o à Vida e rouba-o aos seus.
Não existem palavras de consolo como não existe
dimensão para conter a dor da perda dum Filho.
Só resta dizer aos Pais e à restante Família que
muito lamentamos a sua perda e que nestas alturas, lembrando os Pais que
muitos já não temos, avaliamos melhor o seu sofrimento ao longo dos dois
anos de Guiné.
Que Deus dê a todos, eterno descanso.
Pelos camaradas da C.CAÇ.4740
Armando Faria, ex-furriel miliciano
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….E A HISTÓRIA REPETIU-SE |
Desta vez com outras personagens
e outro enquadramento, a história repetiu-se. Um camarada residente na Ilha
de S. Jorge teve necessidade de fazer exames cardiológicos e radiológicos no
Hospital de Angra do Heroísmo. No aeroporto, a esperá-lo, um amigo de há 36
anos que o não via há 34. Não faziam ideia de quem fossem mas não tiveram
qualquer dificuldade no reconhecimento. Afinal a senha era: Leões de Cufar ;
a contra-senha: Amigos p’ra Sempre…
Um jantar na casa do anfitrião, a
companhia da família deste, o recordar de momentos vividos na Guiné, o
desfilar de histórias das ilhas e da vida. Um serão que acabou depois das
onze quando o viajante e a sua Mulher foram conduzidos à pensão junto ao
Hospital onde tinham lugar marcado para poder cumprir horários dos exames
médicos. Sobretudo um serão onde a distracção da conversa e da amizade
substituiu a angústia da solidão e o receio da doença.
O companheiro vai ficar internado
durante uns dias para exames, mas tendo a pairar sobre ele a sombra tutelar
do Amigo que com as suas visitas e telefonemas o tranquiliza. E a sua Mulher
só não está alojada em casa do Amigo porque a segurança social custeia a
pensão junto ao Hospital donde lhe é mais fácil acompanhar o marido. Por
pudor, há tempos atrás, não referimos nomes numa história semelhante. Mas se
todos os dias somos confrontados com a miséria humana que as televisões nos
servem sem qualquer pudor, porque havemos de tê-lo quando os gestos são
nobres? Passa-se na Ilha Terceira, no Hospital de Angra e os protagonistas
são o Borba no papel de doente e o Pamplona no papel de amigo aposentado,
ambos assessorados pelas respectivas Esposas. Nossos Camaradas. Nossos
Amigos. Nossos Irmãos.
Obrigado pelo exemplo.
Abril de 2008.
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QUANDO ENCONTRAMOS O QUE NÃO QUEREMOS…
ALFERES – COMANDO ANTÓNIO JOÃO RODRIGUES LOPES
IN MEMORIUM
ABRIL 2009
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Em 26 de Novembro de 2008 com a ajuda da
Embaixada de França, em Lisboa, procurei
contactar o Alferes Lopes, comandante do 1º
Grupo de Combate e 2º Comandante da CCAÇ 4740 na
sua residência em Paris, através duma carta.
Fazia-me muita confusão que, no reagrupar
da 4740, o seu 2º comandante e o único alferes
que esteve com a companhia desde o primeiro ao
último dia não estivesse presente.
As campainhas da alma são sempre simples.
Num primeiro contacto feito por mim, para os
Açores, com um soldado do 1º Grupo de Combate a
insistência na procura pelo “meu alferes Lopes”
fez-me perceber da importância da omissão que se
estava a cometer. Tínhamos de procurar o Lopes.
Difícil ou não, tínhamos de encontrar o nosso
companheiro.
As indicações disponíveis apontavam para
uma carreira profissional feita num banco
luso-francês, sempre em França.
Com excepção de um contacto feito pelo
Alferes Mafra há muitos anos, em Paris, pairava
um denso nevoeiro sobre aquele nosso camarada.
Sabíamos, pelo Mafra, que o Lopes era Pai
de duas meninas e, em bom rigor, mais nada.
As memórias que tinha do Lopes ficaram
expressas na carta aberta que lhe dirigi e
esteve exposta no nosso sítio durante cerca de
um mês. Achava o Lopes uma pessoa pouco
expansiva, mas corajosa, leal e estimável. Nunca
o conheci bem. O tempo e as circunstâncias do
contacto que tivemos não permitiram muito. Era
um conhecimento com muito pouca intimidade.
Todavia, por intuição, em situações de
aflição, gostava de saber o Lopes do meu lado e
perto de mim…
A carta foi cumprir o seu fadário e no
dia 27 de Março o carteiro fez questão de me
entregar, em mão, a carta devolvida depois de
quatro meses de ausência.
Teve a percepção que as notícias eram más e a
sensibilidade das pessoas boas…
Não podiam ser piores: “Décédé” (falecido em
francês) “Devolver ao remetente”. “Morreu”,
sublinhado com dois traços, acrescentou mão
diferente, provavelmente, de emigrante português
em França.
Procurei confirmar a notícia junto dos
serviços oficiais, designadamente a
Conservatória do Registo Civil da Moita e da
Direcção de Serviços de Identificação Civil. Em
ambas não existia registo do óbito, mas
confirmaram o tempo excessivo que estas
diligências de transcrição de registos entre
Países demoram. E por vezes não são feitas.
Basta que ninguém participe nos consulados. Ou
perdem-se nos labirintos da burocracia.
Foi, por isso, tentado obter confirmação
da ocorrência junto do Consulado português, em
Paris, pelos Serviços de Registos nacionais e
pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Algum tempo de espera, de esperança
misturada com angústia, desejando e temendo as
notícias.
Cumpriu-se a mais inexorável lei da vida:
o ANTÓNIO JOÃO RODRIGUES LOPES, natural da
Moita, onde nasceu em 19 de Agosto de 1949, ex -
Alferes e 2º Comandante da Companhia de
Caçadores 4740 faleceu em França para onde a
vida o levou, conforme assento integrado n.º
104/2000, registado em Nogent Sur Marne , em
20-02-2000.
Com todo o respeito apresentamos as nossas
condolências à Família que não conhecemos nem
sabemos como contactar e aos homens do 1º Grupo
de Combate que com ele passaram dois anos
intensos e sofridos em Cufar.
Estou a vê-lo, com o eterno sorriso trocista
encimado pelo bigode fino, a entrar no
refeitório, boina dos comandos orgulhosamente
posta, um andar a sugerir uma tendência “à
marujo” e as mãos cheias de frascos e tubos com
sabores exóticos para camuflar a vianda com
cavalas que o Furriel Rato nos dava.
É essa imagem que quero guardar dele.
Até sempre Camarada! Que Deus te permita
descansar em Paz.
A. Zêzere, 31 de
Março de 2009. |
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SOLIDARIEDADE |
Não há muitos dias um
camarada do 2º Grupo de Combate residente na Horta, Faial, precisou de se
deslocar ao Hospital de Ponta Delgada para um exame médico. Pouco conhecedor
da cidade pediu ajuda a outro camarada do seu grupo residente na Ribeira
Grande o qual, mais conhecedor da cidade o foi esperar e acompanhou aos
actos médicos a que ia. O que esse camarada não sabia é que aquele que o
ajudou resolveu meter na cabeça que lhe custa guiar e vem apresentando
outros sintomas de angústia inexplicável que a muitos de nós aflige. Porém
como tem uma família a quem transmitiu o seu tamanho e o tamanho do seu
coração, um dos filhos guiou o carro e a sua Companheira de vida, a sua
Mulher acompanhou o grupo e desenvolta como é ajudou no que foi preciso.
De longe ia-me
deliciando com a história simples como os seus interpretes, verdadeira como
a amizade que a sustentou, doce como as lagoas “ex- libris” das Ilhas que
lhes deu vida.
Senti-me tão envolvido
que fiz apelo a uma amizade de cinquenta anos com um médico do Hospital para
que recebesse esta “delegação” e a acompanhasse na resolução de alguma
dificuldade. Tudo acabou num telefonema às oito da noite nos Açores, dando
conta do êxito da diligência. Não sei o tempo que fazia nos Açores, se
chovia, se fazia vento e o tamanho das ondas. O que sei é que, naquele fim
de tarde, nos nossos corações, a paz era absoluta.
Ao mesmo tempo a
milhares de quilómetros, no Canadá, outro camarada do mesmo Grupo vivendo a
diáspora, havia sofrido um grave acidente de trabalho que o deixou muito
debilitado. A pena era maior por se tratar dum minorca mais pequeno e leve
que a arma que tinha distribuída em Cufar. Outro companheiro emigrante na
mesma zona tratou de avaliar a situação e tranquilizou-nos com a informação
que o camarada vive em casa própria, não tem dificuldades financeiras, está
a melhorar de saúde e tem um filho casado há cinco anos que cuida dos Pais e
os protege. Não sei o que podíamos fazer se a situação fosse outra. Só sei
que não iríamos ficar parados.
Não refiro os nomes
destas histórias para não ferir susceptibilidades. Podiam ser uns quaisquer,
de qualquer Grupo, porque em todos existe Gente capaz.
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